BIOELETRICIDADE: UMA APLICAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA E BIOLOGIA

Autores

DOI:

10.52832/jesh.v4i3.454

Palavras-chave:

Biofísica, Integração de saberes, ENEM, Interdisciplinaridade, Ensino de Ciências da Natureza

Resumo

O estudo da Física e da Biologia no ensino médio muitas vezes é descontextualizado e pouco interessante. Isso ocorre quando os estudantes não conseguem visualizar uma aplicação direta dos conteúdos trabalhados em sala de aula. O uso de um método de ensino que visa integrar conhecimentos de diferentes áreas mostra-se uma ferramenta pertinente à construção global dos fenômenos da natureza. Dessa forma, o estudante tem a possibilidade de usar os conhecimentos oriundos de diferentes áreas para compreender e construir um novo saber a partir de um contexto real. Temos como exemplo, o uso de aspectos evolutivos e adaptativos dos seres vivos no estudo do campo e potencial elétrico. Percebe-se então, que os tópicos ministrados se tornam curiosos e interessantes aos adolescentes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi integrar os componentes curriculares por meio das adaptações de peixes ósseos e cartilaginosos. O ensino da Bioeletricidade, promoveu um entendimento global dos fenômenos da eletricidade e da evolução destes organismos. Para tanto, foram realizadas duas aulas expositivas e dialogadas de 50 minutos com uma turma de 3° ano de 40 estudantes, intituladas “Sexto sentido do Tubarão Martelo” e “Cuidado aí vem o Poraquê”. Durantes as aulas discutiram-se os aspectos evolutivos dos animais, fazendo associações entre os conteúdos trabalhados entre a Física e Biologia no ensino médio. Ao final dos períodos foi aplicado um questionário perguntando aos discentes sobre suas percepções em relação as aulas e se nesse formato o processo de aprendizagem e compreensão foi facilitado. Os resultados dos questionários foram analisados por Análise Textual Discursiva (ATD), observando-se a efetividade da estratégia metodológica, em que os estudantes demonstraram ter um melhor entendimento da matéria e acreditam que este método ajuda na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), uma vez que permite ter uma visão global sobre o fenômeno da natureza.

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Biografia do Autor

Tatiane Alves Gonçalves , Instituto de Física Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestra em Educação em Ciências/Matemática da PUCRS (2020); Licenciada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2016). Graduanda do curso de matemática licenciatura da Universidade Luterana do Brasil. Atualmente sou professora de física da rede pública e privada, na região metropolitana de Porto Alegre.

Andrea Pires da Rosa , Faculdade de Educação Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Assessora Educacional dos Anos Iniciais e Educação Infantil na Regional Porto Alegre, do Marista Brasil, Mestranda em Educação, Licenciada em Pedagogia e Especialista em Educação Inclusiva e Supervisão Escolar. Atuou na coordenadora pedagógica dos Anos Finais, Ensino Médio e Turno Integral no Marista São Pedro, atuou como professora dos Anos Iniciais na mesma instituição. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Inclusiva, atuando principalmente nos seguintes temas: aprendizagem, formação, Inclusão e PIBID.

Fabiane Kohler , Escola de Humanidades Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade Porto-Alegrense, com Licenciatura Plena em Orientação Educacional (1997) e graduação em Pedagogia pela Faculdade Porto-Alegrense, com Licenciatura Plena em Supervisão Escolar (2002). Atualmente é diretora do Colégio Marista São Pedro, em Porto Alegre. Tem grande experiência na área de Educação, com ênfase em Administração de Unidades Educativas.

Lisandra Catalan do Amaral , Escola Politécnica Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Licenciatura em Química pela Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (2001), graduação em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2002), mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005) e doutorado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2014). Atualmente é integrante da Gerência Educacional da Rede de Colégios Marista atuando como assessora da área das Ciências da Natureza, responsável pelos processos de formação de professores da Rede. É professora titular na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e coordenadora dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Química. Também é integrante do Núcleo de Iniciação à Docência da PUCRS.
Tem experiência nas áreas de Educação, Formação de Professores, Ensino de Ciências, e também na área de Materiais Poliméricos

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Publicado

26-08-2024

Como Citar

Antunes Navarro Valgas, A., Alves Gonçalves , T., Pires da Rosa , A., Kohler , F., & Catalan do Amaral , L. (2024). BIOELETRICIDADE: UMA APLICAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA E BIOLOGIA. Journal of Education Science and Health, 4(3), 1–14. https://doi.org/10.52832/jesh.v4i3.454

Edição

Seção

EDUCAÇÃO E ENSINO

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