FENOLOGIA E TEMPERATURA DE SECAGEM DE FRUTOS DA AROEIRA PIMENTEIRA NO RENDIMENTO DE COMPOSTOS BIOATIVOS
DOI:
10.52832/jesh.v5i2.560Resumo
A Schinus terebinthifolius Raddi é uma espécie nativa brasileira, conhecida popularmente como aroeira pimenteira. Seus frutos contam com a presença de compostos bioativos, destacando-se os óleos essenciais e os polifenóis totais, que vem sendo amplamente utilizado na indústria de medicamentos e cosméticos. Os estudos sobre a fenologia possibilita entender o comportamento da espécie, verificando sua sincronia e estabelecendo a melhor época de colheita, para diferentes fenofases como exemplo a frutificação, que foi o foco desta pesquisa. Procedimentos pós-colheita como temperatura de secagem é de suma importância, pois é do material vegetal logo após ser colhido, precisa estabilizar os metabólitos especializados, conferindo melhor qualidade da droga vegetal. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar a fenologia da espécie e a temperatura de secagem no rendimentos do óleo essencial da pimenta rosa, bem como sua atividade antioxidante e teor de polifenóis totais. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Plantas Medicinais, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus Botucatu. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, sendo: frutos secos à sombra (30ºC) e três temperaturas de secagem em estufa de circulação de ar forçado (45°C, 60°C e 85°C), contendo seis repetições cada, totalizando 24 parcelas experimentais. Foi realizada análise de variância (p<0,05) e posterior teste de Tukey (5%). Para o estudo fenológico, 20 indivíduos foram acompanhados quinzenalmente durante doze meses, posteriormente aplicadas metodologias proposta por Fournier (1974) e Bencke & Morellato (2002). Foi observado que o tratamento de secagem à sombra (30°C) obteve o maior rendimento de óleos essenciais. Para atividade antioxidante, os tratamentos com secagem em estufa a 45ºC e 60ºC foram os mais eficientes. A temperatura de secagem não prejudicou o conteúdo de compostos fenólicos totais dos frutos. Os resultados também destacam o estágio de desenvolvimento dos frutos (frutificação), sendo essa fenofase categorizada como síncrona, com intensidade nos meses de outubro a janeiro e de moderada correlação com a umidade relativa do ar.
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