The buzz on babies: o efeito da redução da fertilidade causada pelo zika vírus no Brasil
DOI:
10.52367/BRJPD.2675-102X.2019.1.1.45-60Palavras-chave:
Brasil, zika, saúde pública, desenvolvimento, taxa de natalidadeResumo
A Epidemia de Zika de 2015-2016 e o surto de recém-nascidos diagnosticados com microcefalia e outras condições de desenvolvimento chamaram a atenção dentro e fora do Brasil. Embora pesquisas envolvendo a ciência do vírus tenham explodido nos meses seguintes ao surto, o conhecimento sobre seus efeitos a jusante continuam escassos. Neste artigo, investigamos o impacto do zika vírus nas taxas de natalidade durante e após a epidemia. Especificamente, estimamos os modelos de mínimos quadrados e diferença-em-diferença para avaliar a relação entre ambos: o Zika e a exposição ao zika vírus e as taxas de natalidade no Brasil. Os resultados de nossas análises sugerem que o vírus Zika reduziu a taxa de natalidade em um período de gravidez a termo após o primeiro pico de preocupação pública com o vírus e que o resultado da epidemia deu início a um efeito de "retorno" por meio do qual a taxa de natalidade do país se recuperou. Esses achados corroboram nossa suposta lógica de que a preocupação com o vírus levou muitos a aprenderem sobre a intricada conexão entre o vírus Zika e a microcefalia e, consequentemente, agirem para retardar a gravidez até que a epidemia diminuísse. Concluímos com uma discussão sobre as implicações de nossas descobertas para políticas públicas, desenvolvimento e política e delineamos caminhos para futuras pesquisas.